A escola e o educador
A complexidade crescente da vida na sociedade atual veio trazer profundas modificações no que se refere às responsabilidades das instituições de ensino na educação da criança. Antigamente, cabia à escola fornecer instrução ao aluno, dotando-o de certas técnicas essenciais de comunicação (a leitura e a escrita), de algumas habilidades de resolver problemas numéricos através de conhecimentos relativos à matemática e dando-lhe algumas informações sobre o meio em que vivia, através de estudos sistemáticos de Geografia, História e Ciências.
Os alunos aprendiam por "lições passadas", num estudo árido, inteiramente divorciado da vida. Na escola moderna, a criança ainda aprende as técnicas fundamentais de leitura, escrita e cálculo, mas essa aprendizagem não tem fim em si mesma; é, antes, um recurso que levará o educando a viver melhor em seu meio. A criança aprende para a vida, pela vida, participando de experiências que a levem à auto-realização e ao ajustamento social. Durante muito tempo julgou-se que as crianças aprendiam por impressões repetidas, de fora para dentro, cabendo ao educador "transmitir sua experiência" ao educando. Sabe-se, hoje, que aprender é um ato complexo e individual, pelo qual o educando procura adaptar-se ao meio, buscando respostas para as situações que esse meio lhe apresenta. Desenvolve-se, assim, em diferentes áreas de aprendizagem, integrando sua personalidade, ao mesmo tempo em que se ajuda socialmente.
O processo educativo se constitui das aprendizagens sucessivas do indivíduo, sendo tanto mais completo quanto mais ricas e variadas as experiências por este vividas. A função do educador é proporcionar aos educandos ambiente e oportunidade para que participem das experiências individuais, sistemáticas ou ocasionais, necessárias a seu desenvolvimento integral. Não basta levar os educandos a adquirir conhecimentos e habilidades variadas: é preciso, também, que o educador se preocupe com a formação de atitudes e hábitos que os conduzirão a uma vida melhor, mais sadia e mais produtiva. A educação proporcionada na escola não deve visar apenas à auto-realização do educando, mas, também, o seu ajustamento ao grupo, pela aceitação plena e consciente dos valores que regem a vida do mesmo.Pode-se imaginar que, se a criança aprende pela própria atividade, diminuída ficará a atuação do educador; muito ao contrário, maior se torna sua responsabilidade e mais complexa sua tarefa. Para que esta seja bem realizada, é necessário que o educador apresente condições que o habilitem ao exercício do magistério. Para conduzir os alunos à aprendizagem, fazendo com que se interessem em participar das atividades educativas, deve o educador antes de qualquer coisa ter condições de "liderança".
A classe é um grupo social de que o educador é o líder. Nem todos têm naturalmente essa capacidade, mas podem ser educados nesse sentido, formando atitudes e hábitos e desenvolvendo habilidades que os tornem aptos a guiar seu grupo de educandos. O que chamamos comumente de "manejo de classe" é essa habilidade de conduzir a turma no sentido de alcançar os objetivos do ensino. Para que isso aconteça, o educador precisa levar os alunos a identificar seus propósitos em cada atividade a ser realizada na classe; promover atividades que tragam a satisfação dos propósitos estabelecidos; criar na classe um clima de cordialidade, cooperação e confiança. Se, antigamente, bastava ao educador conhecer bem a matéria a ensinar, hoje, dele é exigido o conhecimento de cada aluno: suas aptidões e deficiências, seu estágio e ritmo de aprendizagem, seus gostos e preferências, seus problemas pessoais. Só assim poderá planejar e realizar um ensino proveitoso, com base na realidade dos educandos.
O conhecimento de técnicas de planejamento a longo e curto prazo e de modernos recursos do ensino é indispensável ao professor que, além disso, deve estar imbuído de uma filosofia de educação que oriente seu trabalho pelos valores dominantes na sociedade.Exige-se, ainda, do educador uma personalidade bem estruturada, que o habilite a guiar os educandos com equilíbrio e serenidade, contribuindo, assim, para manter ou restabelecer a saúde mental dos alunos.É preciso ressaltar que, por maiores que sejam seus conhecimentos técnicos, o valor do educador depende essencialmente de seu valor humano. Qualidades como amor esclarecido pelos educandos, senso de responsabilidade, imparcialidade, autocrítica e fé no poder da educação são condições pessoais que caracterizam o bom educador. O educador não nasce feito. É necessária uma formação cuidadosa para tornar um indivíduo em mestre. Essa é (ou deveria ser) a função dos cursos de habilitações para o magistério. Mas o ensino proporcionado nesses cursos não basta.
A experiência de cada dia frente a uma classe é que aperfeiçoará o educador, tornando-o cada vez melhor, mais seguro, mais apto a solucionar os problemas de aprendizagem dos alunos. Para que essa experiência seja válida, entretanto, é preciso que se renove. Que cada dia seja realmente um novo dia, que cada ano seja um novo ano e, não, a repetição exata do que passou. É em função da auto-avaliação periódica que o educador se renova e se aperfeiçoa, pois conhecendo suas deficiências poderá buscar recursos que as eliminem.
A complexidade crescente da vida na sociedade atual veio trazer profundas modificações no que se refere às responsabilidades das instituições de ensino na educação da criança. Antigamente, cabia à escola fornecer instrução ao aluno, dotando-o de certas técnicas essenciais de comunicação (a leitura e a escrita), de algumas habilidades de resolver problemas numéricos através de conhecimentos relativos à matemática e dando-lhe algumas informações sobre o meio em que vivia, através de estudos sistemáticos de Geografia, História e Ciências.
Os alunos aprendiam por "lições passadas", num estudo árido, inteiramente divorciado da vida. Na escola moderna, a criança ainda aprende as técnicas fundamentais de leitura, escrita e cálculo, mas essa aprendizagem não tem fim em si mesma; é, antes, um recurso que levará o educando a viver melhor em seu meio. A criança aprende para a vida, pela vida, participando de experiências que a levem à auto-realização e ao ajustamento social. Durante muito tempo julgou-se que as crianças aprendiam por impressões repetidas, de fora para dentro, cabendo ao educador "transmitir sua experiência" ao educando. Sabe-se, hoje, que aprender é um ato complexo e individual, pelo qual o educando procura adaptar-se ao meio, buscando respostas para as situações que esse meio lhe apresenta. Desenvolve-se, assim, em diferentes áreas de aprendizagem, integrando sua personalidade, ao mesmo tempo em que se ajuda socialmente.
O processo educativo se constitui das aprendizagens sucessivas do indivíduo, sendo tanto mais completo quanto mais ricas e variadas as experiências por este vividas. A função do educador é proporcionar aos educandos ambiente e oportunidade para que participem das experiências individuais, sistemáticas ou ocasionais, necessárias a seu desenvolvimento integral. Não basta levar os educandos a adquirir conhecimentos e habilidades variadas: é preciso, também, que o educador se preocupe com a formação de atitudes e hábitos que os conduzirão a uma vida melhor, mais sadia e mais produtiva. A educação proporcionada na escola não deve visar apenas à auto-realização do educando, mas, também, o seu ajustamento ao grupo, pela aceitação plena e consciente dos valores que regem a vida do mesmo.Pode-se imaginar que, se a criança aprende pela própria atividade, diminuída ficará a atuação do educador; muito ao contrário, maior se torna sua responsabilidade e mais complexa sua tarefa. Para que esta seja bem realizada, é necessário que o educador apresente condições que o habilitem ao exercício do magistério. Para conduzir os alunos à aprendizagem, fazendo com que se interessem em participar das atividades educativas, deve o educador antes de qualquer coisa ter condições de "liderança".
A classe é um grupo social de que o educador é o líder. Nem todos têm naturalmente essa capacidade, mas podem ser educados nesse sentido, formando atitudes e hábitos e desenvolvendo habilidades que os tornem aptos a guiar seu grupo de educandos. O que chamamos comumente de "manejo de classe" é essa habilidade de conduzir a turma no sentido de alcançar os objetivos do ensino. Para que isso aconteça, o educador precisa levar os alunos a identificar seus propósitos em cada atividade a ser realizada na classe; promover atividades que tragam a satisfação dos propósitos estabelecidos; criar na classe um clima de cordialidade, cooperação e confiança. Se, antigamente, bastava ao educador conhecer bem a matéria a ensinar, hoje, dele é exigido o conhecimento de cada aluno: suas aptidões e deficiências, seu estágio e ritmo de aprendizagem, seus gostos e preferências, seus problemas pessoais. Só assim poderá planejar e realizar um ensino proveitoso, com base na realidade dos educandos.
O conhecimento de técnicas de planejamento a longo e curto prazo e de modernos recursos do ensino é indispensável ao professor que, além disso, deve estar imbuído de uma filosofia de educação que oriente seu trabalho pelos valores dominantes na sociedade.Exige-se, ainda, do educador uma personalidade bem estruturada, que o habilite a guiar os educandos com equilíbrio e serenidade, contribuindo, assim, para manter ou restabelecer a saúde mental dos alunos.É preciso ressaltar que, por maiores que sejam seus conhecimentos técnicos, o valor do educador depende essencialmente de seu valor humano. Qualidades como amor esclarecido pelos educandos, senso de responsabilidade, imparcialidade, autocrítica e fé no poder da educação são condições pessoais que caracterizam o bom educador. O educador não nasce feito. É necessária uma formação cuidadosa para tornar um indivíduo em mestre. Essa é (ou deveria ser) a função dos cursos de habilitações para o magistério. Mas o ensino proporcionado nesses cursos não basta.
A experiência de cada dia frente a uma classe é que aperfeiçoará o educador, tornando-o cada vez melhor, mais seguro, mais apto a solucionar os problemas de aprendizagem dos alunos. Para que essa experiência seja válida, entretanto, é preciso que se renove. Que cada dia seja realmente um novo dia, que cada ano seja um novo ano e, não, a repetição exata do que passou. É em função da auto-avaliação periódica que o educador se renova e se aperfeiçoa, pois conhecendo suas deficiências poderá buscar recursos que as eliminem.