sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007


Promessas e milagres



Após tantas reviravoltas no ambiente político, em grande parte negativas, o governo decide iniciar o ano com o que muitos brasileiros gostariam que acontecesse e outros já nem acreditavam mais que pudesse acontecer: um milagre – isto mesmo, um milagre. – antes mesmo que pudéssemos relembrar os problemas do último ano e criticar o governo, as atenções da população e da mídia foram atraídas para o PAC – plano de aceleração do crescimento, anunciado pelo governo.

Uma ótima estratégia para o crescimento econômico, cujos resultados podemos comprovar voltando alguns anos na historia do Brasil, quando houve o chamado milagre econômico.Pouco antes do anuncio do PAC, houve rumores de que o presidente Lula se orientava sobre economia com Delfim Neto, o economista que foi responsável por programas de crescimento bem sucedidos no passado. Se o presidente tem como guru na área econômica o Delfim (cuja capacidade não pode contestar), a verdade é que as estratégias de crescimento adotadas parecem seguir a mesma lógica de outros tempos, e isto é bom, pois traz crescimento e acalma os ânimos dos eleitores, mas chega a ser também preocupante, pois o modelo de milagre que funcionou no passado não levou em consideração aspectos elementares para a melhoria do nível de vida no país, como desenvolvimento social; educação (que deveria ser o alicerce de qualquer país); nem mesmo princípios de democracia, tão defendidos por muitos dos que compõem o atual governo.

Portanto, cabe a nós brasileiros, absorvermos o PAC sem sermos absorvidos por ele, ou seja, usufruirmos seus possíveis benefícios sem perdermos a consciência de que, diferentemente do ocorrido durante o milagre econômico, é preciso cuidar de outros aspectos tão importantes quanto o crescimento econômico, pois, como sabiamente disse monteiro lobato “um país se faz com homens e livros, e saúde, e educação, e transparência política”... E vamos ao desenvolvimento.