quinta-feira, 13 de março de 2008

Embaixador nega que União Européia tenha orientação de endurecer com brasileiros



Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil


A União Européia (UE) não passou qualquer orientação ao governo espanhol para que endurecesse o controle de imigração no caso de latino-americanos, africanos do Norte e europeus do Leste, assegura o embaixador do bloco no Brasil, João Pacheco. Segundo deputados que se reuniram ontem com o embaixador da Espanha no Brasil, Ricardo Peidró, esta seria uma das justificativas para a intensificação das repatriações de brasileiros nas últimas semanas.

Em coletiva à imprensa na última terça-feira (11), Peidró não foi tão específico mas admitiu que os europeus cobram da Espanha o fato de o país ser porta de entrada de imigrantes ilegais. "Não há qualquer diretiva, nem pode haver qualquer diretiva européia, de que se torne mais difícil a entrada deste ou daquele grupo de pessoas", garantiu João Pacheco à Agência Brasil. "Os brasileiros são muito bem vindos na União Européia e espero que isso assim continue", destacou antes de entrevista nos estúdios da TV Brasil.

O embaixador da UE no Brasil frisou que as normas são as mesmas para os 25 países que integram o Espaço Schengen, ou seja , o território formado pelos países da UE, no que é livre a circulação de pessoas, sem ter que parar nas fronteiras e apresentar passaporte. Porém, é necessário ser portador de um documento legal. O Espaço Schengen não se relaciona com a livre circulação de mercadorias.

"Com relação a brasileiros e a todos os outros países em que não pedimos visto, é possível um guarda de fronteira, em qualquer país da União Européia, pedir documentação que ateste que a pessoa está efetivamente fazendo uma visita privada ou como turista e que tem meios de subsistência", explicou. "Isso é normal, qualquer país tem isso nas suas regras para visitantes", ponderou.

Sobre a possibilidade de a exigência de visto evitar a frustração de uma repatriação, Pacheco deixou claro que a União Européia não pretende fazer esse tipo de exigência a cidadãos brasileiros. "Nossa avaliação é que não é necessário ter uma política de vistos. Vistos normalmente estão associados a situações em que há uma grande imigração ilegal, que cria problemas no país que recebe", afirmou.