quinta-feira, 13 de março de 2008

Brasileiro ainda guarda muito tempo suas moedas



Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil


O brasileiro usa, em média, 75% das moedas que recebe para fazer algum pagamento ou facilidar o troco no dia-a-dia. Os outros 25% são deixados em casa ou no trabalho. O levantamento é da pesquisa O Brasileiro e sua Relação com o Dinheiro, feita pelo Instituto Datafolha em outubro de 2007 a pedido do Banco Central.

Foram realizadas 1.017 entrevistas nas capitais de 16 estados e no Distrito Federal. Mais da metade dos entrevistados disse que deixa as moedas guardadas por até uma semana, enquanto 26% revelaram que as esquecem por um período de um mês a um ano.

O chefe do Departamento do Meio Circulante do Banco Central, João Sidney de Figueiredo Filho, ressaltou a importância de a população usar as moedas nas suas despesas. “Se as pessoas tiram as moedinhas das gavetas, dos cofrinhos, e as colocam em circulação, não é preciso colocar mais novas moedas em circulação”, explicou acrescentando que a fabricação de novas moedas gera custos para o governo.


A aposentada Ângela Maria Barbosa considera que hoje as moedas são muito importantes e valorizadas. “Antes eu não dava muito valor às moedas, porque elas não valiam muito. Hoje, com o real, elas servem pra comprar leite, pão, e valem mais”.


O vigia de carro Lorimar disse que recebe muitas moedas e as repassa em seguida para pagar suas dívidas. “Hoje, as moedas de 50 centavos e um real estão valendo igual ao dólar”.

O deficiente visual José Jorge dos Santos usa moedas para pagar seu aluguel. Mesmo sem enxergar, ele mostra para a reportagem que sabe identificar o valor de cada moeda. “Saio todos os dias lá do Recanto das Emas (DF) e vou pedindo ajuda para um e outro para pagar minhas contas de água, luz e meu aluguel de R$ 250. Para mim, essas moedas valem muita coisa”, diz o ex-caminhoneiro, mostrando a mão cheia de moedas, enquanto a outra segura sua bengala.

Figueiredo Filho adiantou hoje que, ao longo de 2008, serão colocadas em circulação mais 400 milhões de moedas de R$ 1, aumentando o número total para cerca 1,3 bilhão de moedas desse valor. Atualmente, circulam no país aproximadamente R$ 2,4 bilhões em moedas.