Ele se tornou pai aos 21 anos. Até então essa seria uma história igual a tantas outras, senão fosse um erro médico. O seu filho, Enzo Assugeni, faleceu com apenas quatro meses de vida. O que poderia se tornar uma história triste da família, se tornou o ponto de partida para um pai fazer justiça não só ao seu filhote como ele chama, mas de não deixar que o erro que aconteceu com o seu pequeno Enzo possa se repetir com milhares de outras crianças pelo mundo. O JE conversou com esse homem que em memória do filho fez mais do que se lamentar: construiu a Instituição Enzo Assugeni e que hoje está em 21 países.
Entrevista concedida ao editor Fernando Galacine
JE - Você se tornou pai relativamente cedo, e passou por esse momento difícil igualmente precoce. Numa faixa de idade em que a maioria só pensa em diversões, você lutou contra argumentos e se mobilizou a estudar medicina e direito. Você considera o seu amor pelo seu filho Enzo, um caso excepcional?
Não colocaria como excepcional, mas sim muito especial. O Enzo foi um anjo que Deus me deu – por quatro meses – para que eu soubesse que podia fazer mais e por muitas outras pessoas. Sempre que paro e penso em tudo o que já conquistamos, vejo o quão importante a vinda do Enzo foi, não apenas para minha pessoa como pai, mas principalmente como Ser Humano.
JE - No momento no qual o Enzo se foi, qual foi a sua reação? O que foi decisivo para você superar esse momento?
Logo que recebemos a notícia da perda do Enzo (ainda no hospital de São Paulo), a primeira reação que tive foi a de me cobrar por não ter feito mais por ele. Sempre achamos (como pais) que podíamos ter feito mais, o que no nosso caso, seria “brigar” mais para que ele tivesse mais chance de viver. No exato momento que o médico veio ao meu encontro para me informar sobre o ocorrido, já me preparei para uma longa caminhada, pois prometi a mim mesmo (e depois ao próprio Enzo, no dia do seu enterro) que jamais descansaria até que tivesse as respostas que buscava, bem como a responsabilização dos culpados – TODOS.
JE - Você seguiu em frente buscando provas dos erros a fim de responsabilizar os culpados. Quando surgiu a idéia de fazer a Instituição? O que foi mais difícil conseguir para montá-la? E o que você mais deve precisar para mantê-la?
O Instituto surgiu de um sonho de ajudar não apenas “o Pai do Enzo”, mas sim todos aqueles que precisassem de ajuda e não tivessem a informação que eu tive no meu caso. Para que eu pudesse estruturar o Instituto, fiquei dois anos me dedicando exclusivamente (parei de trabalhar, inclusive) ao sonho que estava indo buscar, pois se antes tinha o caso do Enzo, como fator predominante para que eu fosse atrás de tudo o que fosse necessário para responsabilizar os culpados, a partir da fundação do Instituto tive que refletir e rever toda a forma na qual conduzia o processo, pois não era mais o “pai do Enzo” que estava brigando, mas sim o Rafael Assugeni “Ser humano” que estava presidindo uma instituição que já estava presente em 21 países. Tive que colocar a dor de pai “de lado” e levantar uma bandeira maior... A do Ser humano. Desde a idealização do Instituto, sou o principal responsável pelas atividades e também pelo patrocínio (até mesmo na viagem das equipes que colhem assinaturas para a campanha, no projeto superColeta. Com o crescimento do Instituto, no atendimento aos pacientes vítimas de erros médicos, buscamos principalmente parceiros que possam colaborar conosco, pois o crescimento requer um maior investimento para que possamos manter a qualidade total do atendimento, bem como o suporte que hoje oferecemos através de advogados, médicos, psicólogos, fonoaudiólogas, e vários outros profissionais.
JE - Como era a sua vida antes do nascimento do Enzo e como ela é hoje? Você acha que amadureceu de alguma maneira, rápido de mais com tudo isso?
Hoje, depois de tudo o que ocorreu, sou uma pessoa feliz (embora tenha perdido o meu maior presente de Deus), pois tenho a oportunidade de ajudar pessoas que assim como eu, um dia precisaram de ajuda. Hoje entendo que o Enzo veio com uma missão para me entregar e estou tentado realiza-la da melhor forma possível. Com certeza o amadurecimento fez parte desse período, pois tive que tomar sérias decisões e ações, com apenas 23 anos de idade, o que muitas vezes não era levado a sério pelas pessoas. Precisei mostrar (principalmente com ações) que não era apenas um rapaz de 23 anos que estava a fim de arrumar briga com uma classe, respeitada desde que o mundo é mundo. Tenho plena convicção de que amadureci em quatro meses (o tempo que tive o meu filhote ao meu lado), mais do que havia amadurecido em 22 anos de vida – antes do Enzo.
JE - O médico responsável por esse erro com o seu filho Enzo foi punido? Você já recebeu algum protesto por parte de médicos, ou não, eles são todos favoráveis a esse causa?
Com a justiça que temos, seria uma tremenda surpresa se algum dos médicos (8 no total) tivesse sido punido. Nossa justiça está completamente falida e além da burocracia que enfrentamos, simplesmente por requerermos nossos direitos, temos que bater de frente com uma classe extremamente corporativista, que é a classe médica. Tudo isso me faz entender o porquê esse tipo de processo demora cerca de 8 a 12 anos... Senão para que os requerentes desistam, exatamente para que os médicos continuem com o pensamento de que são intocáveis. Estou preparado para enfrentar 20 anos de processo se necessário, mas JAMAIS DESISTIREI de lutar pelo nosso direito.
Varias foram às vezes que médicos fizeram protestos (alguns chegam ao ponto de me fazerem ameaças), mas eles estão no direito deles, assim como estou no meu. Ainda está para se formar o médico que me intimidará com ameaças. O Desespero que os Drs. mostram apenas me mostrar o quão certo estamos no nosso caminho.
JE - E por parte da população? Qual é o apoio que você mais recebe? Como já estão os andamentos para o projeto da sua autoria que vai se encaminhado para o Congresso?
Temos hoje o apoio de 9.000 pessoas em 21 países, inclusive coletando assinaturas para o abaixo assinado que entregaremos ao Congresso Nacional.
O Projeto que estamos formulando para entregar no congresso sofreu um duro golpe, por parte dos próprios parlamentares, pois os excelentíssimos aprovaram uma lei/regimento interno da casa, onde somente seriam aceitos abaixo-assinados feitos pela população, desde que o mesmo tivesse duas alterações: 1ª Alteração do campo RG para Tit. Eleitor (Mesmo cientes de que as pessoas somente andam tão documento quando “por obrigação” votamos) e 2ª Que todas as pessoas preenchessem o campo com endereço residencial (No mundo em que estamos quem fornece do endereço de sua casa?). Tenho certeza, como Pai do Enzo, como Ser humano e também como Presidente do Instituto EnzoAssugeni, que essas “manobras” realizadas pelo congresso visa duas coisas: Dificultar o nosso trabalho em busca do nosso direito e Ajudar os excelentíssimos a fazerem menos ainda pela sociedade que os paga. Reiniciamos a campanha do zero, no último dia 03/03, e vamos à busca das assinaturas, seja necessário o dado que for... Não seremos vencidos pela hipocrisia de senhores que não sabem nem para que ocupam uma cadeira de parlamentar
JE - O que lhe deixa mais motivado com essa Instituição? O que a torna especial para você?
A Minha maior motivação no Instituto e poder olhar para as pessoas e ver que estamos conseguindo mostrar que ainda temos direitos... Que ainda posemos ser mais do que pessoas conformadas com a situação. Minha maior motivação e mostrar (com ações) que podemos MAIS. O Instituto é especial, principalmente por ser um sonho que leva o nome do meu filhote, mas também o fator que o torna muito especial pra mim, é o poder que temos de fortalecer valores que há tempos havíamos esquecidos (Amor ao Próximo, Solidariedade, etc.), pois em cada ação que realizamos esses são os ingredientes essenciais para o nosso sucesso.
Se você quiser ajudar a essa causa colhendo assinaturas em sua cidade, você pode acessar o site do Instituto Enzo Assugeni que também está no topo da nossa página.
Entrevista concedida ao editor Fernando Galacine
JE - Você se tornou pai relativamente cedo, e passou por esse momento difícil igualmente precoce. Numa faixa de idade em que a maioria só pensa em diversões, você lutou contra argumentos e se mobilizou a estudar medicina e direito. Você considera o seu amor pelo seu filho Enzo, um caso excepcional?
Não colocaria como excepcional, mas sim muito especial. O Enzo foi um anjo que Deus me deu – por quatro meses – para que eu soubesse que podia fazer mais e por muitas outras pessoas. Sempre que paro e penso em tudo o que já conquistamos, vejo o quão importante a vinda do Enzo foi, não apenas para minha pessoa como pai, mas principalmente como Ser Humano.
JE - No momento no qual o Enzo se foi, qual foi a sua reação? O que foi decisivo para você superar esse momento?
Logo que recebemos a notícia da perda do Enzo (ainda no hospital de São Paulo), a primeira reação que tive foi a de me cobrar por não ter feito mais por ele. Sempre achamos (como pais) que podíamos ter feito mais, o que no nosso caso, seria “brigar” mais para que ele tivesse mais chance de viver. No exato momento que o médico veio ao meu encontro para me informar sobre o ocorrido, já me preparei para uma longa caminhada, pois prometi a mim mesmo (e depois ao próprio Enzo, no dia do seu enterro) que jamais descansaria até que tivesse as respostas que buscava, bem como a responsabilização dos culpados – TODOS.
JE - Você seguiu em frente buscando provas dos erros a fim de responsabilizar os culpados. Quando surgiu a idéia de fazer a Instituição? O que foi mais difícil conseguir para montá-la? E o que você mais deve precisar para mantê-la?
O Instituto surgiu de um sonho de ajudar não apenas “o Pai do Enzo”, mas sim todos aqueles que precisassem de ajuda e não tivessem a informação que eu tive no meu caso. Para que eu pudesse estruturar o Instituto, fiquei dois anos me dedicando exclusivamente (parei de trabalhar, inclusive) ao sonho que estava indo buscar, pois se antes tinha o caso do Enzo, como fator predominante para que eu fosse atrás de tudo o que fosse necessário para responsabilizar os culpados, a partir da fundação do Instituto tive que refletir e rever toda a forma na qual conduzia o processo, pois não era mais o “pai do Enzo” que estava brigando, mas sim o Rafael Assugeni “Ser humano” que estava presidindo uma instituição que já estava presente em 21 países. Tive que colocar a dor de pai “de lado” e levantar uma bandeira maior... A do Ser humano. Desde a idealização do Instituto, sou o principal responsável pelas atividades e também pelo patrocínio (até mesmo na viagem das equipes que colhem assinaturas para a campanha, no projeto superColeta. Com o crescimento do Instituto, no atendimento aos pacientes vítimas de erros médicos, buscamos principalmente parceiros que possam colaborar conosco, pois o crescimento requer um maior investimento para que possamos manter a qualidade total do atendimento, bem como o suporte que hoje oferecemos através de advogados, médicos, psicólogos, fonoaudiólogas, e vários outros profissionais.
JE - Como era a sua vida antes do nascimento do Enzo e como ela é hoje? Você acha que amadureceu de alguma maneira, rápido de mais com tudo isso?
Hoje, depois de tudo o que ocorreu, sou uma pessoa feliz (embora tenha perdido o meu maior presente de Deus), pois tenho a oportunidade de ajudar pessoas que assim como eu, um dia precisaram de ajuda. Hoje entendo que o Enzo veio com uma missão para me entregar e estou tentado realiza-la da melhor forma possível. Com certeza o amadurecimento fez parte desse período, pois tive que tomar sérias decisões e ações, com apenas 23 anos de idade, o que muitas vezes não era levado a sério pelas pessoas. Precisei mostrar (principalmente com ações) que não era apenas um rapaz de 23 anos que estava a fim de arrumar briga com uma classe, respeitada desde que o mundo é mundo. Tenho plena convicção de que amadureci em quatro meses (o tempo que tive o meu filhote ao meu lado), mais do que havia amadurecido em 22 anos de vida – antes do Enzo.
JE - O médico responsável por esse erro com o seu filho Enzo foi punido? Você já recebeu algum protesto por parte de médicos, ou não, eles são todos favoráveis a esse causa?
Com a justiça que temos, seria uma tremenda surpresa se algum dos médicos (8 no total) tivesse sido punido. Nossa justiça está completamente falida e além da burocracia que enfrentamos, simplesmente por requerermos nossos direitos, temos que bater de frente com uma classe extremamente corporativista, que é a classe médica. Tudo isso me faz entender o porquê esse tipo de processo demora cerca de 8 a 12 anos... Senão para que os requerentes desistam, exatamente para que os médicos continuem com o pensamento de que são intocáveis. Estou preparado para enfrentar 20 anos de processo se necessário, mas JAMAIS DESISTIREI de lutar pelo nosso direito.
Varias foram às vezes que médicos fizeram protestos (alguns chegam ao ponto de me fazerem ameaças), mas eles estão no direito deles, assim como estou no meu. Ainda está para se formar o médico que me intimidará com ameaças. O Desespero que os Drs. mostram apenas me mostrar o quão certo estamos no nosso caminho.
JE - E por parte da população? Qual é o apoio que você mais recebe? Como já estão os andamentos para o projeto da sua autoria que vai se encaminhado para o Congresso?
Temos hoje o apoio de 9.000 pessoas em 21 países, inclusive coletando assinaturas para o abaixo assinado que entregaremos ao Congresso Nacional.
O Projeto que estamos formulando para entregar no congresso sofreu um duro golpe, por parte dos próprios parlamentares, pois os excelentíssimos aprovaram uma lei/regimento interno da casa, onde somente seriam aceitos abaixo-assinados feitos pela população, desde que o mesmo tivesse duas alterações: 1ª Alteração do campo RG para Tit. Eleitor (Mesmo cientes de que as pessoas somente andam tão documento quando “por obrigação” votamos) e 2ª Que todas as pessoas preenchessem o campo com endereço residencial (No mundo em que estamos quem fornece do endereço de sua casa?). Tenho certeza, como Pai do Enzo, como Ser humano e também como Presidente do Instituto EnzoAssugeni, que essas “manobras” realizadas pelo congresso visa duas coisas: Dificultar o nosso trabalho em busca do nosso direito e Ajudar os excelentíssimos a fazerem menos ainda pela sociedade que os paga. Reiniciamos a campanha do zero, no último dia 03/03, e vamos à busca das assinaturas, seja necessário o dado que for... Não seremos vencidos pela hipocrisia de senhores que não sabem nem para que ocupam uma cadeira de parlamentar
JE - O que lhe deixa mais motivado com essa Instituição? O que a torna especial para você?
A Minha maior motivação no Instituto e poder olhar para as pessoas e ver que estamos conseguindo mostrar que ainda temos direitos... Que ainda posemos ser mais do que pessoas conformadas com a situação. Minha maior motivação e mostrar (com ações) que podemos MAIS. O Instituto é especial, principalmente por ser um sonho que leva o nome do meu filhote, mas também o fator que o torna muito especial pra mim, é o poder que temos de fortalecer valores que há tempos havíamos esquecidos (Amor ao Próximo, Solidariedade, etc.), pois em cada ação que realizamos esses são os ingredientes essenciais para o nosso sucesso.
Se você quiser ajudar a essa causa colhendo assinaturas em sua cidade, você pode acessar o site do Instituto Enzo Assugeni que também está no topo da nossa página.