quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Editorial

Desde quando vi o Rei da Espanha mandando o Presidente da Venezuela calar a boca, fiquei imaginando como seria o mundo se pudéssemos mandar os Chávez das nossas vidas, também calarem a boca. Não que eu coloque aqui, nesse contexto, o Chávez como uma pessoa chata e non grata, aliás, mesmo não achando o Chávez o mais equilibrado dos governantes, até entendo algumas coisas que ele diz, mas só algumas, hein... Bom voltando, fiquei muito pensativo com essa questão. Será que esse ‘cala boca’ do Rei da Espanha só fez mesmo ressaltar que os monarcas não entendem mesmo de democracia? Será que um ‘cala boca’ é a expressão máxima da anti-democracia e da anti-diplomacia?

Afinal, quando não queremos ouvir o que o outro tem a nos dizer, mesmo que já saibamos que não chegaremos a um acordo, não demos chance a um diálogo: passamos a ser autoritários. E como todos nós sabemos, quase que seguindo a lei de ação e reação, quando reprimimos algo, ou alguém, a autoridade enfrenta revolta, e das revoltas passamos às guerras, essas sim, sem dúvida, sinalizadoras que a democracia entre o povo foi embora há tempo e a diplomacia entre os governos nunca deve ter existido. No entanto, não consegui continuar pensando quando cheguei ao ponto que perguntei a mim: mas, e quantas guerras poderiam ter sido evitadas com um ingênuo ‘cala boca’ e nada mais?


Bom JE Para você,



Fernando Galacine
Editor