quinta-feira, 15 de novembro de 2007




Mais um final de ano chegou. Mais uma vez encontraremos inúmeras luzinhas piscando em todos os lugares e cantos e também toneladas de algodão que cismam em fazer o papel da neve que não cai por aqui. Isso, claro, conseqüência do comércio, que transforma ruas em verdadeiros cenários, dignos de grandes musicais norte-americanos, a fim conquistar e atrair a atenção do cliente para as prateleiras lotadas de shoppings com os corredores e escadas rolantes mais caóticas que o de costume. Talvez por isso mesmo não seja estranho vir à nossa mente cenas como esta, quando o assunto é emprego no final de ano. Mas será que essa época do ano, só traz oportunidades atrás de um balcão de loja, como vendedor? O JE mostra para você algumas sugestões para aproveitar bem melhor esse período, sair da mesmice e faturar uma grana extra nesse final de ano.



Por Fernando Galacine, do JE em São Paulo




A cara do Natal


Em 1948 o representante comercial Carlo Bauducco deixou a Itália em direção ao Brasil com apenas um propósito: vir ao país e cobrar uma dívida por compras de máquinas de moldar pão, feita por um amigo. Carlo conseguiu parte do dinheiro de volta, mas não quis voltar para a terra natal. O italiano ficou surpreso ao descobrir que numa cidade com tantos imigrantes iguais a eles, como São Paulo, nenhum compatriota sequer conhecia um famoso pão recheado com uvas passas, lançado não há muito tempo em solo itálico. Surgia então, numa simpática doceria no Brás, os primeiros panetones fabricados no Brasil. De lá para cá, Bauducco se transformou em mais do que um sinônimo de panetone: faz parte do Natal. Hoje, a empresa fatura cerca de R$ 800 milhões por ano. É claro que mesmo que você leve jeito para a coisa, o seu negócio pode demorar um pouco mais para alcançar esse arrecadamento anual. Mas é cada vez maior o número de pessoas que abriram concorrência a grandes indústrias do ramo, como a Bauducco. E não é tão difícil assim entrar nessa idéia, mesmo sem ter noção alguma de como botar, literalmente, a mão na massa. O SENAC oferece um curso de preparação e decoração de panetones em algumas localidades do estado de São Paulo. Nele o aluno aprende nas 16 horas totais do curso, tudo o que precisa para começar a produzir, à média escala, sua própria fornada, com preços que, dependendo do caso, podem ser muito mais atrativos dos vendidos em lojas e mercados. Como o caso da artesã e confeiteira Creusa Alves, que começou a fazer panetone após a insistência das clientes que compravam seus ovos de páscoa e perguntavam o porquê dela também não começar a fazer o tal pão recheado. Creusa aceitou e as encomendas foram surgindo: “Eu vendia mais o panetone trufado, porque era o que valia mais apena de ser feito. Os de 1kg eu vendia por até R$ 28.” conta. Hoje, apesar do sucesso e das insistências que amigas fazem para que ela faça mais panetones, Creusa decidiu se dedicar apenas às embalagens de panetone, feitas em madeira, com o objetivo de decorar a mesa na ceia de Natal. “Comecei a fazer esse trabalho há dois dias, e já estou com 6 encomendas. Minhas amigas olharam a que eu fiz para mim, e me pediram de presente. Mas elas vão ter que comprar. Amigas, amigas, negócios à parte.” Comenta, toda entusiasmada.





Ao pé da letra

Apesar de o Natal ser uma data bem mais família que o réveillon, a indústria do turismo dá um salto enorme nos meses de férias no Brasil, ou seja, Dezembro e Janeiro. Principalmente por estarmos em pleno verão tropical enquanto a maioria dos países europeus e norte-americanos está de baixo da neve, o ingresso de gringos no país é enorme. E todo mundo sabe disso. Mas entre hotéis, restaurantes e algumas atrações turísticas, a verdade é que apenas uma pequena parte dos funcionários envolvidos diretamente nesse setor está preparada para se comunicar, de uma maneira satisfatória, com os turistas. E aí entra em ação uma profissão que muita gente imagina como um mero tradutor de livros de Harry Potter: os tradutores-intérpretes. E olha que, apesar de existir inúmeras faculdades para formar profissionais na área, a profissão não é regulamentada, ou seja: na prática qualquer pessoa que domina bem um idioma pode trabalhar como intérprete. Leva vantagem principalmente quem fala outra língua diferente do inglês e tem boa bagagem cultural para uma conversação mais atualizada com os nativos, em outras palavras, caso você não tenha isso, desconsidere essa situação.

Um bom curso de línguas demora, no mínimo, quatro anos para que um aluno comece do zero e saia falando fluentemente o idioma que desejar após o término das aulas. No entanto, existe uma área no campo da interpretação quase inexplorado e que além de fácil aprendizagem tem uma área enorme de atuação. São os intérpretes do Sistema LIBRA, a linguagem dos surdos-mudos, que é oficialmente declarada o segundo idioma do Brasil. Quem se habilita nessa área, encontra pela frente um mercado extremamente aberto, conseqüência da falta de demanda dos profissionais capacitados para assumir estes postos, incluindo aí não só o turismo, como também o próprio comércio e também repartições públicas, como já acontece em Minas Gerais. Atualmente existem dois cursos superiores que formam esse tipo de profissional: um no Rio de Janeiro, na Faculdade Estácio de Sá e outro no interior de São Paulo, na Universidade Metodista, em Piracicaba.




Animando a galera

Festa que é festa não pode faltar música. E nem adianta conectar o MP3 ao som e deixar que as suas músicas favoritas vão esgotando com o passar da balada. Festa que se preza tem que ter DJ. Seguindo essa filosofia, bastante gente contrata pessoas próximas, aquele tal do ‘amigo do amigo’ para cuidar especialmente dessa parte da diversão. Apesar de também não ser regulamentada, e gente a beça estar substituindo esse profissional, os DJs ganham cada vez mais espaço nas áreas de evento de quase todos os segmentos do país. Mas não vá sair por aí dizendo que é DJ, só porque aprendeu a rodar alguns vinis. Quem é da área diz que entender e principalmente gostar de todos os tipos de música é fundamental. “Acho que tem que ser obcecado por música, comprar material e adquirir cultura musical. Não adianta só saber a técnica, tem que ter feeling e experiência" disse o DJ Camilo Rocha numa entrevista para o portal Terra. Além disso, se você tem uma boa rede social também conta, afinal o seu melhor cartão de visitas para as futuras festas e baladas será quem já ouviu e conhece você e o seu trabalho.





Cartão de visitas

Quase todas as armas que o comércio usa para atrair os clientes, fora os preços baixos, estão concentradas na parte visual detalhado usado por pequenas ou grandes lojas de shopping ou de rua. E justamente para fisgar o consumidor pelo encanto que ele tem ao se deparar com uma bela vitrine, é que a maioria dos comerciantes aposta muito no vitrinista. É esse profissional que tem a responsabilidade de cuidar da parte estética dos produtos que uma determinada loja oferece, e atrair o cliente para dentro dela. É verdade que grandes redes de loja de departamento, têm contrato com empresas que oferecem o serviço de visual marketing, mas algumas lojas, especialmente as de rua, contratam o serviço autônomo. Não é necessário curso, mas ele ajuda sim na hora de você se apresentar à loja. Se você já assinou alguma vitrine ou possui um croqui para apresentar seu projeto, pode ser um bom começo.





Começando de baixo


Um dos grandes empecilhos que boa parte dos jovens tem ao procurar algum emprego é a falta de experiência e os números confirmam isso. Um estudo da OIT, Organização Internacional do Trabalho, revelou que dos 106 milhões de jovens que vivem na América Latina, 48 milhões não estão à procura de emprego, outros 48 milhões estão trabalhando e 10 milhões estão desempregados. Um índice bem maior que o dos adultos, que enfrentam 6% de taxa de desemprego, contra os 17% dos adolescentes. Um dos principais motivos é a carteira de trabalho em branco. Sem experiência o jovem nem sequer é aceito para participar de entrevistas a cargos que, na teoria, estariam disponíveis para eles. Mas não é o que acontece numa grande corporação, uma das maiores do mundo, onde a falta de experiência é um grande atrativo. O Mc Donald’s é famoso no mundo todo por formar, há mais de 40 anos, quase toda a sua equipe de funcionários, nos mais variados postos, descendendo de um só: o atendente de caixa. Para tanto a rede de fast food faz dessa idéia uma das bases da sua política interna e incentiva todos os seus funcionários a alcançarem metas, tanto pessoais quanto cooperativas, com bonificações de até 25% do salário ou até aulas de aperfeiçoamento na chamada Universidade do Hambúrguer, criada pela empresa há 10 anos e que atende os funcionários de toda a América Latina. A novidade para o recrutamento que a empresa abrirá para atendente até o final de Novembro.




As dicas a seguir não são novidades se tratando de comportamentos padrões numa entrevista. Mas é sempre bom lembrar alguns e aprender outros, se for o caso. Boa entrevista e bom emprego.