Do JE em São Paulo
Não se desespere leitor, pode assar o peru, e montar a sua árvore, mas o dia 25 de Dezembro, por incrível que pareça, não foi criado para comemorar o nascimento de Jesus. Na antigüidade, os romanos, que começaram a se converter maciçamente para o cristianismo, utilizaram uma festa pagã geralmente realizada por volta do dia 25 de Dezembro, para comemorar o Natal, que tem esse nome, também originário do nome da festa pagã Natalis Solis Invicti, ou Nascimento do Sol Invencível, em latim. A comemoração era uma homenagem ao deus Mitra, da cultura persa, um dos povos que faziam contato com os romanos durante a Antigüidade.
A data, 25 de Dezembro, está relacionada com o solstício de inverno, no hemisfério norte, que geralmente acontece entre os dias 22 e 25 de Dezembro, o dia mais curto do ano por lá, o mais longo no hemisfério Sul. (É por isso que também existe essa grande tendência de decoração com luzes no Natal. Costume nórdico, pois durante o inverno a tendência perto dos pólos é ficar escuro muito cedo, como acontece nessa época do ano na Noruega ou Suécia. Luzes e outros objetos de decoração brilhantes nada mais trazem iluminação durante a noite para esses povos.)
O primeiro Natal a ser comemorado já com a definição que temos hoje, foi realizado em 354, em Roma. Especialistas em ciência da religião, também não acreditam que Jesus possa ter nascido durante o final do ano. Na Bíblia, por exemplo, há uma passagem escrita por Lucas, que diz que na época do nascimento de Jesus, houve um grande recenseamento, obrigando muitas pessoas a saírem de suas casas no campo e irem até a cidade, alistarem-se. Como nessa época do ano faz muito frio em Israel, é pouco provável que grandes grupos saíssem durante o tempo gelado. A tese mais defendida é que Jesus tenha nascido durante Março e Novembro, quando as temperaturas médias na região do Oriente médio são mais agradáveis.