Adriano Schiavon
de Jerusalém
O muro existe. E embora seja quilométrico e alguns trechos quase faraônico, surgindo quase do nada entre regiões semidesérticas, ele não é notado pela maioria dos israelenses que vivem em Jerusalém. Como é raro a maior parte deles precisar se deslocar até a Cisjordânia, o mais afetados com o paredão são os árabes que vivem na Cisjordânia e muitos deles trabalham na cidade Santa. São afetados nem tanto pelo fato das próprias barreiras físicas impostas, mas pelo simples fato de serem árabes. Eles precisam de documentação especial, quase uma espécie de credencial, e não podem portar determinados objetos exageradamente grandes, um terror para quem vive do comércio. Carros árabes que tem emplacamento diferencial, também são proibidos de entrar em Jerusalém, vindos da Cisjordânia. A justificativa israelense é evitar ataques árabes a colônias judaicas ou assentamentos judeus, que, ironicamente, vivem se proliferando em áreas sabidamente árabes.