Com o cessar-fogo, Israel encara questionamentos internos sobre uma outra revolta do Hamas.
Adriano Schiavon
de Jerusalém
O comentário que segue em algumas conversas, principalmente árabes, é que Israel recua suas tropas da faixa de Gaza, principalmente pela aproximação do novo Governo norte-americano. Sem conhecer muito bem as reais intenções de negociação de Barack Obama, que em campanha até visitou o país, o governo de Israel acabou aceitando, nitidamente às pressas, um cessar-fogo na guerra contra o Hamas. Alguns judeus mais exaltados contra o grupo palestino se perguntam o porquê do país tirar as suas tropas num momento em que o Hamas diz que se recuperará, que conseguirá mais ‘armas santas’. Outros tantos judeus pensam diferente. Acharam bom que os ataques tenham parado, com a grande preocupação de o conflito se estender e ganhar maiores dimensões, entenda-se o Hizbollah e até mesmo o Irã entrarem na guerra. Aliás, o Irã conteve-se muito para não fazer pronunciamentos mais ásperos, uma surpresa, tratando-se do sem papas na língua, Mahmoud Ahmadinejad. Com o fim, por ora provisório, da Guerra, Israel volta-se agora para o campo político, com novas eleições e gente do mais alto peso querendo chegar ao poder. Outra guerra, dessa vez particular aos prédios de Tel-Aviv.