
Henrique Alencar
de Nova Iorque para o JE
Como as obsessões dos norte-americanos parecem ser mesmo ilhas, lugares perdidos e companhia, para alegria dos fãs, ou desespero de quem não gosta do gênero, estreou na última quinta-feira um dos realities shows mais antigos e populares da televisão norte-americana, Survivor, Sobrevivente em tradução do inglês. O programa, que inclusive já foi adaptado para a TV brasileira, com o nome de “No Limite”, não teve modificações muito bruscas ao longo das duas 17 outras edições. Mas o que leva a mais recente temporada do programa a atrair ainda mais os olhares do público, em especial da comunidade brasileira nos EUA, é o fato de Survivor ter sido produzido no Brasil, na Reserva do Jalapão, no estado do Tocantins e que dá nome da décima oitava edição do reality da rede CBS. No período de gravação do programa, entre Novembro e Dezembro do ano passado, a movimentação estrangeira na região causou polêmica. Ambientalistas disseram à reportagem do jornal Folha de S. Paulo que a produção e membros do Survivor estavam causando poluição e degradação do ambiente, fato desmentido pela produtora do programa norte-americano, numa entrevista ao jornal paulistano.
Na estreia do programa, que atrai como de praxe o público mais jovem, o Brasil foi mostrado tal como na primeira edição realizada no país, na região do Rio Amazonas, em 2002, cheio de belezas naturais e uma visão de que o país é de uma natureza quase intocável, entenda-se não muito civilizado. No primeiro episódio, os telespectadores puderam conhecer melhor os participantes, em pequenas entrevistas ao longo do programa, que liderou o horário durante sua exibição. Cartões postais do Brasil e situações cotidianas do país também foram mostradas, mas só de relance. Nas chamadas do programa, no melhor estilo ‘mais uma superprodução americana’, o Jalapão é mostrado como um lugar bonito, porém hostil. Os jacarés, onças e, pasmem, crocodilos, que nem existem na região, são mostrados para enfatizar o quão difícil será passar algumas semanas num dos pontos ‘mais remotos’ do nosso país.