Apresentação

A produção dessa série de reportagens pretende sintetizar, a partir dessa semana, os riscos que equipes jornalísticas do mundo todo correm ao realizarem coberturas para os mais variados tipos de meios de comunicação ao redor do planeta. A primeira dessas reportagens é sobre o trabalho da imprensa no Oriente Médio, que será seguida pela abordagem de outras reportagens enfatizando outros pontos considerados hostis para a cobertura jornalística.

O JE Informa sempre teve, desde seu início, em 2006, uma relação muito forte com o Oriente Médio. Na edição de estreia do nosso blog, mostramos as impressões de Letícia Germano, professora residente em Israel, sobre os conflitos que envolviam forças militares israelenses e grupos ligados ao partido político Hizbollah, que acabavam de acontecer no sul do Líbano. Na época, ela nos relatou a situação na cidade de Jerusalém e a ida de seu namorado _hoje marido_ para os campos de batalha, ao norte de Israel. Em Beirute, tentamos o mesmo tipo de contato, mas, na capital libanesa, não havia mais brasileiros. Quase todos saíram às pressas de suas casas, rumo ao Brasil, tementes aos bombardeios que arrasaram a cidade.

Em seu aniversário de um ano, o JE Informa traçou um paralelo sobre palestinos e israelenses. Nós, brasileiros, teríamos algo em comum com essas duas nações, eternamente estereotipadas como rivais? Entrevistamos, na época, o correspondente do SBT em Israel, Michael Gawendo, que mais tarde também voltou a nos conceder entrevista em janeiro deste ano, em nossa cobertura nos confrontos em Gaza, desta vez, envolvendo Israel e guerrilheiros ligados ao partido político Hamas.

A nossa proposta não é, nem de longe, criticar o posicionamento nas questões árabe-israelenses que cada veículo de imprensa, no Brasil e no mundo, toma diante de questões no Oriente Médio. Iremos nos ater ao trabalho do repórter em campo –nesse caso o de batalha _ e discutir se há possibilidade de um trabalho mais seguro da imprensa em cada região a ser abordada pela série.