Se você é daqueles que não desgruda de um determinado canal, ou programa, para dar uma forcinha no Ibope da emissora talvez o seu esforço não adiante muita coisa. Num país onde há mais televisores do que geladeiras, considerar todos os telespectadores de um canal na hora de fazer a medição de audiência, é uma tarefa que beira o impossível. Por isso mesmo, a medição do Ibope utiliza um método de qualquer outra pesquisa: a amostragem.
É através dela que é possível conferir a opinião de um grande número de pessoas, sem a necessidade de todas serem entrevistadas. Para isso o Instituto IBOPE, que realiza esse tipo de pesquisa em grandes regiões metropolitanas, utiliza o Censo de outro instituto, o IBGE, para traçar o perfil dos domicílios que servirão para amostragem. Esse perfil tem que coincidir com a realidade do país, ou seja, se x% de domicílios brasileiros correspondem à classe A, x% também têm que corresponder à classe A no número total de casas a serem pesquisadas pelo Instituto.
Em todo Brasil são 3 019 domicílios que fazem parte dessa pesquisa, 750 deles na Grande São Paulo, que conta com um diferencial das demais regiões: a rapidez nos resultados de medição. Enquanto no restante do país a audiência é enviada por telefone pelo aparelho do IBOPE uma vez ao dia, na Grande São Paulo o mesmo aparelho envia por sinais de rádio as informações minuto a minuto para a central do Instituto na Capital Paulista. É por essa velocidade que a Grande São Paulo serve como referência para as emissoras de TV saberem se um determinado programa está agradando ou não na preferência do público.
E se estiverem nada de fazer festa no ar: por contrato, as emissoras que assinam o recebimento do serviço não podem divulgar quando estão liderando o ranking de audiência, justamente para não influenciarem o telespectador que pode querer estragar a festa e mudar de canal.
Sem bola de cristal
IBOPE mede a audiência em Tempo real em São Paulo, para o agito das emissoras de TV.