Bate papo concedido ao editor Fernando Galacine.
JE - O rádio reinava absoluto antes da TV existir. Com a Interatividade da internet você acha que o público deve abandonar consideravelmente a TV, enquanto ela não trouxer uma nova tecnologia para a maioria das pessoas?
Nem tanto. Um veículo não mata o outro. Quando a TV veio todos achavam que o rádio iria acabar. E não, ele foi para a prestação de serviço. Quando a internet veio, todos achavam que as revistas também se acabariam, mas elas ficaram até maiores e criaram conteúdos com a internet. Uma acaba ajudando a outra, o outro meio. A TV acaba convergindo um pouco mais do seu conteúdo para a internet e vice-versa.
JE - A TV ganha com uma democratização na maneira de produzir os programas, ou não, é a internet que lucra mais?
Olha, eu não sei quem ganha ou quem perde. Cada um tem seu estilo. A TV ajuda o conteúdo da internet a se fortalecer e a internet acaba criando um canal de comunicação mais estreito com o público.
JE- E você acha que algum dia uma emissora comercial como a Globo colocaria um programa totalmente independente no ar, sem o seu aval?
A Globo apostou na Pedra do Reino com uma linguagem diferente para a TV e não deu certo. Era uma produção independente com o aval da emissora. Houve uma aposta nele, mas não rendeu. O Som Brasil, por exemplo, é um programa que a Globo testa na sua madrugada.
JE - ...Mas não é jogar um programa de qualidade para um horário que quem quer ver não poderia?
Sim, mas quem vê pode dizer se aquele formato é bom ou não para a televisão. E cada vez mais a internet ajuda a TV a criar conteúdos diferentes a fim que o público possa nortear um pouco isso. Mas cada vez mais isso vai diminuir. A Globo não quer escorregar em testes podendo dar uma chance a Record encostar no Ibope. Cada vez mais, pelo menos, num curto espaço de tempo, a TV vai usar mais das velhas fórmulas.
JE - Existe chance de termos uma TV pública tão bem sucedida quanto a NHK, BBC...?
Existir até poderia, mas na minha opinião, para ser bem sincero, a TV pública tinha que ser vista de outra forma pelos políticos. Isso eu não falo só do PT, PSDB, PSOL, PSTU... Eu falo de maneira geral. Enquanto os políticos não enxergarem a TV pública com boas intenções, será muito difícil termos uma estrutura competitiva e uma boa TV pública mais presente.
JE - No que a TV é insubstituível? Ou não existe isso?
Olha, em muita coisa a TV é substituível. O telejornal eu posso substituir pelo rádio, internet. Os filmes, pelo cinema e por aí vai...Mas tem algo que eu acho que só a TV tem: a magia, de você chegar em casa cansado e poder ligar a TV e curtir essa maquininha de fazer sonho... É claro que a literatura pode fazer isso também, mas a TV é mais comum na massa. Ligar a TV e passar o final do dia com ela, relaxando, isso eu acho que os outros meios ainda não oferecem...
Nem tanto. Um veículo não mata o outro. Quando a TV veio todos achavam que o rádio iria acabar. E não, ele foi para a prestação de serviço. Quando a internet veio, todos achavam que as revistas também se acabariam, mas elas ficaram até maiores e criaram conteúdos com a internet. Uma acaba ajudando a outra, o outro meio. A TV acaba convergindo um pouco mais do seu conteúdo para a internet e vice-versa.
JE - A TV ganha com uma democratização na maneira de produzir os programas, ou não, é a internet que lucra mais?
Olha, eu não sei quem ganha ou quem perde. Cada um tem seu estilo. A TV ajuda o conteúdo da internet a se fortalecer e a internet acaba criando um canal de comunicação mais estreito com o público.
JE- E você acha que algum dia uma emissora comercial como a Globo colocaria um programa totalmente independente no ar, sem o seu aval?
A Globo apostou na Pedra do Reino com uma linguagem diferente para a TV e não deu certo. Era uma produção independente com o aval da emissora. Houve uma aposta nele, mas não rendeu. O Som Brasil, por exemplo, é um programa que a Globo testa na sua madrugada.
JE - ...Mas não é jogar um programa de qualidade para um horário que quem quer ver não poderia?
Sim, mas quem vê pode dizer se aquele formato é bom ou não para a televisão. E cada vez mais a internet ajuda a TV a criar conteúdos diferentes a fim que o público possa nortear um pouco isso. Mas cada vez mais isso vai diminuir. A Globo não quer escorregar em testes podendo dar uma chance a Record encostar no Ibope. Cada vez mais, pelo menos, num curto espaço de tempo, a TV vai usar mais das velhas fórmulas.
JE - Existe chance de termos uma TV pública tão bem sucedida quanto a NHK, BBC...?
Existir até poderia, mas na minha opinião, para ser bem sincero, a TV pública tinha que ser vista de outra forma pelos políticos. Isso eu não falo só do PT, PSDB, PSOL, PSTU... Eu falo de maneira geral. Enquanto os políticos não enxergarem a TV pública com boas intenções, será muito difícil termos uma estrutura competitiva e uma boa TV pública mais presente.
JE - No que a TV é insubstituível? Ou não existe isso?
Olha, em muita coisa a TV é substituível. O telejornal eu posso substituir pelo rádio, internet. Os filmes, pelo cinema e por aí vai...Mas tem algo que eu acho que só a TV tem: a magia, de você chegar em casa cansado e poder ligar a TV e curtir essa maquininha de fazer sonho... É claro que a literatura pode fazer isso também, mas a TV é mais comum na massa. Ligar a TV e passar o final do dia com ela, relaxando, isso eu acho que os outros meios ainda não oferecem...