Por Caique Gonçalves, colunista de cinema do JE Informa
O mais recente trabalho de Marc Foster foi esperado com grande expectativa, devido ao imenso sucesso do best-seller. Os amantes do cinema o aguardavam com certa ansiedade e curiosidade. Já os leitores de Khaled Hosseini contavam os dias para a estréia.
Eu me encontro nas duas situações e após assistir ao filme, me deparei com uma dupla frustração. O longa se preocupa exageradamente em retratar todos os momentos do livro ao invés de focar no roteiro a essência do filme que é o valor de uma amizade e os valores que ela integra.
A atuação de Khalid Abdalla que interpreta Amir é lamentável, totalmente insosso, sem nenhuma expressão. O seu sentimento de arrependimento durante o filme é imperceptivel. Enquanto obra cinematográfica, O Caçador de Pipas é um amontoado de clichês melodramáticos, sem contar com os fatos que beiram a ficção. A começar pela visão fantasiosa e romantizada da América, como um paraíso de tranquilidade, onde todos vivem felizes, onde afegãos vivem calmamente, sem violência ou qualquer tipo de preconceito(!). Já o Afeganistão é abordado antes da chegada dos talibãs de forma irreal, como o lugar ideal para se viver, onde reside a prosperiadade, o companheirismo e a paz.
Já a suposta redenção de Amir não passa de uma forma de amenizar a sua consciência pesada diante das inúmeras injustiças que ele cometeu com Hassan. No livro não é abordado dessa forma, tem um caráter mais humano, passivel de erros. Já a fidelidade de Hassan torna-se na telona uma subserviência incoerente.
Para grande parte dos leitores, a frase "Por você faria isso mil vezes" é a marca beleza do livro e a expressão só é dita em duas oportunidades durante as mais de duas horas de exibição. Tudo isso porque a construção da relação dos garotos não foi construída de forma natural, tudo é muito rígido, didático e superficial. Ao contrário do livro, o longa não dá espaço para reflexões e indagações acerca das relações humanas. Uma das poucas coisas que salvam o filme é atuação dos garotos, muito seguros e expressivos, sobretudo, Ahmad Khan Mahmidzada que interpreta Hassan. Disparado a melhor atuação do filme. Sem dúvida um alento para todos aqueles que esperavam bem mais de um dos filmes mais esperados do ano.
Avaliação: (0-10) 5,0
O mais recente trabalho de Marc Foster foi esperado com grande expectativa, devido ao imenso sucesso do best-seller. Os amantes do cinema o aguardavam com certa ansiedade e curiosidade. Já os leitores de Khaled Hosseini contavam os dias para a estréia.
Eu me encontro nas duas situações e após assistir ao filme, me deparei com uma dupla frustração. O longa se preocupa exageradamente em retratar todos os momentos do livro ao invés de focar no roteiro a essência do filme que é o valor de uma amizade e os valores que ela integra.
A atuação de Khalid Abdalla que interpreta Amir é lamentável, totalmente insosso, sem nenhuma expressão. O seu sentimento de arrependimento durante o filme é imperceptivel. Enquanto obra cinematográfica, O Caçador de Pipas é um amontoado de clichês melodramáticos, sem contar com os fatos que beiram a ficção. A começar pela visão fantasiosa e romantizada da América, como um paraíso de tranquilidade, onde todos vivem felizes, onde afegãos vivem calmamente, sem violência ou qualquer tipo de preconceito(!). Já o Afeganistão é abordado antes da chegada dos talibãs de forma irreal, como o lugar ideal para se viver, onde reside a prosperiadade, o companheirismo e a paz.
Já a suposta redenção de Amir não passa de uma forma de amenizar a sua consciência pesada diante das inúmeras injustiças que ele cometeu com Hassan. No livro não é abordado dessa forma, tem um caráter mais humano, passivel de erros. Já a fidelidade de Hassan torna-se na telona uma subserviência incoerente.
Para grande parte dos leitores, a frase "Por você faria isso mil vezes" é a marca beleza do livro e a expressão só é dita em duas oportunidades durante as mais de duas horas de exibição. Tudo isso porque a construção da relação dos garotos não foi construída de forma natural, tudo é muito rígido, didático e superficial. Ao contrário do livro, o longa não dá espaço para reflexões e indagações acerca das relações humanas. Uma das poucas coisas que salvam o filme é atuação dos garotos, muito seguros e expressivos, sobretudo, Ahmad Khan Mahmidzada que interpreta Hassan. Disparado a melhor atuação do filme. Sem dúvida um alento para todos aqueles que esperavam bem mais de um dos filmes mais esperados do ano.
Avaliação: (0-10) 5,0