terça-feira, 15 de julho de 2008

... E ainda é a Primeira-dama

Dividindo opiniões, arrancando suspiros, cantando e fotografando, Carla Bruni agora quer arranjar tempo para ser a Primeira-dama francesa.



Por Vinicius Lambrigde
Para o JE de Paris


Ela é italiana, mas se naturalizou francesa e num jantar no Palácio de Buckingham, este ano, arrancou suspiros dos ingleses. Foi modelo, é cantora e recentemente tornou-se a primeira-dama da França, uma das repúblicas mais charmosas da Europa. Não são muitas as mulheres que colecionam tantos predicados quanto Carla Bruni. E nem todas que colecionam tantas aparições na mídia pelos mais diversos motivos. Quase toda semana fotos de Carla com o marido, o presidente Nicolas Sarkozy, estampam as mais variadas publicações por toda a França. No entanto, no último mês as atenções mudaram de foco: o terceiro disco da cantora, o primeiro desde que se mudou para o Palácio do Eliseu, foi lançado tanto em lojas quanto pela internet, no site de Carla na última semana. Não chega a ser um fenômeno em vendas, e nem em crítica. Mas o fato que está sendo encarado agora é outro. Por aqui é a imagem de Carla Bruni-Sarkozy que está em evidência, e não mais Carla Bruni, nome de solteira e artístico da cantora e o que aparece na capa do seu CD.

Com a popularidade do Governo francês em baixa, os principais veículos de comunicação da França são claros e diretos, apontando que Sarkozy quer uma carona na tentativa de êxito profissional de Carla Bruni. Verdade ou não o CD “Comme si de Rien N'Etait” “Como se não fosse nada”, em tradução livre, acabou causando mal estar com o Governo da Colômbia. Em certa canção do disco, o verso "Você é minha droga, mais mortal que a heroína afegã, mais perigosa que a branca [cocaína] colombiana" fez com que o aliado direto da França em questões políticas importantes como a da libertação da franco-colombiana Ingrid Betancourt, destaque no noticiário francês, se pronunciasse extra-oficialmente sobre o caso.

Nos planos da Carla Bruni, aclamada pelo Le Fígaro e ironizada pelo Le Monde, está justamente ficar restrita a entrevistas em revistas, jornais e programas de televisão, sobretudo telejornais, onde apareceu nesta semana, parecendo mais segura, num ambiente não muito dado a especulações da vida íntima da primeira-dama.

Um dos motivos de Carla Bruni não querer uma turnê para divulgar seu novo disco é ter mais tempo para agir como primeira-dama, defendendo causas principalmente a favor das mulheres e crianças, das quais não teve tempo de se dedicar no primeiro ano do mandato de seu marido. “Voltarei a fazer shows assim que meu marido não for mais o presidente da República." Declarou Carla. Se o disco da primeira-dama não segurar o pouco de popularidade que o Sarkozy ainda tem, Carla Bruni pode voltar a fazer shows mais rápido do que imagina.