quarta-feira, 23 de julho de 2008

O Escafandro e a Borboleta

Por Egnaldo Lopes
Editor do JE em Goiânia



Um homem que deixa de se lamentar mesmo vivendo em uma condição antes inesperada aprendendo a desenvolver o que não lhe é tirado após uma paralisia total do corpo: a memória e a imaginação. O trabalho primoroso de direção feito por Julian Schnabel faz com que o público possa, sobretudo, sentir...Os pensamentos; a angústia; a esperança; todas as emoções vividas pelo Jean-Dominique Bauby interpretado por Mathieu Amalric.

O Escafandro e a Borboleta é uma obra magnífica pela sua simplicidade e pela sua grandeza. A história real do ex-editor da revista Elle é um convite à vida, ao exercício do amor pela existência através da comunicação. Comunicar-se: esta parecida ser uma tarefa impossível a um homem que não tinha mais nem o domínio dos movimentos da própria cabeça, mas Jean-Dominique mostra que toda a sua criatividade e vontade de viver poderiam ser exteriorizadas através de um simples piscar de olhos, ou melhor, de apenas um de seus olhos que ainda era controlado por sua vontade, por meio de uma técnica desenvolvida por uma de suas auxiliares no tratamento médico, fazendo com que ele saia do escafandro que o envolve e o angustia.

O esforço de Jean-Dominique é retratado de uma maneira belíssima que ainda pode ser conferida nas telas de cinema de todo o país num trabalho que mostra a força de vontade que pode nos conduzir ao aperfeiçoamento próprio através de maneiras antes inimagináveis; um reforço significativo para aqueles que esquecem que o ser humano se diferencia dos demais justamente por ser pensante e, portanto, capaz de determinar como será sua vida, mesmo não conhecendo as circunstancias que porventura possam surgir no decorrer de suas existências.

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