quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

A base da Economia

Crise é muito mais psicológica nos Estados Unidos, mas os efeitos são reais no mundo inteiro

Aycha Edwards
de Nova Iorque

A crise econômica que tem afetado os Estados Unidos está sendo sentida nos quarto cantos do país. Nessa época do ano, mais do que em qualquer outra, o consumismo é a base da economia e os americanos gastam mais do que o normal. Mas o consumidor está gastando menos e economizando mais. Nos últimos meses, centenas de lojas foram fechadas e a expectativa é que mais fecharão. O consumidor sabe qual é o seu papel nessa crise: gastar para que o mercado esteja ativo. Mas todos estão com medo de gastar. Com as massivas perdas de emprego e o custo de vida aumentando cada vez mais, todos preferem economizar a gastar. E assim o ciclo vicioso continua.

Eu estou trabalhando part-time em uma loja num shopping center da região metropolitana de Nova York. Eu estou bem no meio de toda essa turbulência. Uma coisa é ouvir no jornal que as vendas caíram e continuam caindo, outra é presenciar esse fenômeno de perto. Os shopping centers estão lotados, mas ninguém está comprando nada. Os meus chefes ficam nervosos, sem saber até quando vão poder manter a loja aberta. Nós, os empregados, ficamos nervosos sem saber até quando vamos ter trabalho e sem saber se vamos poder encontrar trabalho. A tensão está a flor da pele e está afetando a todos.

O governo está tentando estimular a economia com projetos de apoio às grandes empresas que estão indo à falência, com estímulos financeiros ao consumidor e com corte de taxas de interesse aos bancos para incentivar o crescimento de empréstimos. O governo espera que possa resolver esse problema antes que se torne mais grave, mas já estamos oficialmente em uma recessão e essa tormenta ainda esta longe de acabar.