Numa das províncias japonesas mais conhecidas do mundo, um castelo de quase 400 anos, que já foi cenário de Guerra, hoje é um freqüentado local para meditação.
Foto: Rosangela Brito/JEImagem
Por Rosangela Brito,
especial para o JE em Fukuyama, Japão
Quem vê a tranquilidade em volta do Castelo de Fukuyama não associa, à primeira vista, as altas e calmas torres da construção ao seu objetivo inicial. Estamos na cidade de Fukuyama, importante centro cultural da província de Hiroshima, região bastante conhecida do mundo inteiro, principalmente pelo incidente de 60 anos atrás: a bomba atômica. Mas o Castelo, hoje um museu, foi projetado para batalhas muito mais antigas. Construído em 1619, o Castelo de Fukuyama foi projetado exatamente para agüentar grandes batalhas, comuns na Era Genna, quando o lorde Katsunari Mizuno deu ordens para erguer todo um conjunto com grandes fossos e uma enorme torre de oito andares, algo não muito utilizado na época, e que era crucial para avistar os inimigos que pudessem vir a qualquer instante. O Castelo, que sobreviveu as grandes dificuldades do país, foi parcialmente destruído com a invasão americana e reconstruído entre as décadas de 60 e 70 pelo governo japonês. Hoje, o local que transborda paz e harmonia, guarda verdadeiros tesouros deixados por gerações de historiadores e senhores feudais, ao longo de seus andares que ainda guardaram as escadas estreitas e cansativas para subir.
O pátio do Castelo exibe as árvores símbolo da cidade, chamadas de kooyoo, que em pleno outono japonês enfeitam a paisagem com suas folhas vermelhas e amareladas, daí o nome. O parque em volta fica aberto das 9 da manhã às 5 da tarde e atrai muitos visitantes pela sua calma, reforçada com belas músicas de samurais que tocam o dia todo. Nakayama Sam, um senhor que estava por ali me disse que sempre que pode aproveita os momentos livres que tem, para ir ao parque. “Eu me esqueço dos meus problemas, pois tenho poucas folgas por ano, e me lembro também que sou da geração pós guerra, o quanto meus antepassados sofreram para reconstruir o país que foi destruído, e virou cinzas na época. Lembro que meu avô saiu para a guerra e só chegou uma carta do governo japonês dizendo que ele havia morrido. Não voltou nem cinza para nós.” Completa.
A vida moderna da cidade que circunda o Castelo também dá as caras. A japonesa Yamaguti Sam me disse que adora comprar um lanche no Mc Donald’s e vir comer aqui, longe da confusão da cidade. O metrô de Fukuyama tem uma linha aqui perto, o que facilita a vinda de quem já está no Japão, o ingresso custa o equivalente a R$ 15. É preciso saber falar o Kandi, um dos dialetos japoneses. As placas são todas nesse sistema e não há guias turísticos por perto. Mas se você vier ao Japão, vale sim passar por aqui.
Por Rosangela Brito,
especial para o JE em Fukuyama, Japão
Quem vê a tranquilidade em volta do Castelo de Fukuyama não associa, à primeira vista, as altas e calmas torres da construção ao seu objetivo inicial. Estamos na cidade de Fukuyama, importante centro cultural da província de Hiroshima, região bastante conhecida do mundo inteiro, principalmente pelo incidente de 60 anos atrás: a bomba atômica. Mas o Castelo, hoje um museu, foi projetado para batalhas muito mais antigas. Construído em 1619, o Castelo de Fukuyama foi projetado exatamente para agüentar grandes batalhas, comuns na Era Genna, quando o lorde Katsunari Mizuno deu ordens para erguer todo um conjunto com grandes fossos e uma enorme torre de oito andares, algo não muito utilizado na época, e que era crucial para avistar os inimigos que pudessem vir a qualquer instante. O Castelo, que sobreviveu as grandes dificuldades do país, foi parcialmente destruído com a invasão americana e reconstruído entre as décadas de 60 e 70 pelo governo japonês. Hoje, o local que transborda paz e harmonia, guarda verdadeiros tesouros deixados por gerações de historiadores e senhores feudais, ao longo de seus andares que ainda guardaram as escadas estreitas e cansativas para subir.
O pátio do Castelo exibe as árvores símbolo da cidade, chamadas de kooyoo, que em pleno outono japonês enfeitam a paisagem com suas folhas vermelhas e amareladas, daí o nome. O parque em volta fica aberto das 9 da manhã às 5 da tarde e atrai muitos visitantes pela sua calma, reforçada com belas músicas de samurais que tocam o dia todo. Nakayama Sam, um senhor que estava por ali me disse que sempre que pode aproveita os momentos livres que tem, para ir ao parque. “Eu me esqueço dos meus problemas, pois tenho poucas folgas por ano, e me lembro também que sou da geração pós guerra, o quanto meus antepassados sofreram para reconstruir o país que foi destruído, e virou cinzas na época. Lembro que meu avô saiu para a guerra e só chegou uma carta do governo japonês dizendo que ele havia morrido. Não voltou nem cinza para nós.” Completa.
A vida moderna da cidade que circunda o Castelo também dá as caras. A japonesa Yamaguti Sam me disse que adora comprar um lanche no Mc Donald’s e vir comer aqui, longe da confusão da cidade. O metrô de Fukuyama tem uma linha aqui perto, o que facilita a vinda de quem já está no Japão, o ingresso custa o equivalente a R$ 15. É preciso saber falar o Kandi, um dos dialetos japoneses. As placas são todas nesse sistema e não há guias turísticos por perto. Mas se você vier ao Japão, vale sim passar por aqui.
Veja o Castelo num ângulo de 360º. Clique aqui e aqui.